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Data 11/08/2010 22:15:33 | Tópico: Crónicas


O relógio é um utensílio útil, e usado para quem não sabe desde tempos imemoriais. Primeiro era uma simples vara espetada ao sol e pela sombra que a vara ia fazendo ia-se calculando as horas que a terra demorava no seu lento movimento de rotação. Quando por exemplo em dias de sol se olhava e não se via sombra a hora aproximada seria de 12.00 horas ou meio-dia como sói dizer-se, altura em que o sol exerce um plano vertical sobre o ponto da terra.
Mais tarde as varas deram lugar a relógios já mais perto do que se conhece nos tempos modernos, primeiro muito grandes ostentados normalmente nas torres de igreja, depois já mais pequenos e já se podia ter um na sala, até que maravilha das maravilhas já se podia ter um no bolso do colete que abafava normalmente barrigas abastadas que faziam questão de os prender com pesadas correntes em prata e ouro.
O relógio é constituído por um ponteiro das horas, um dos minutos e um outro dos segundos, este ultimo perfeitamente adjacente e até dispensável para quem use o relógio de uma forma prática e não esteja interessado em saber o tempo que o Usein Bolt demora a completar 100 metros numa pista tartã.
E perguntam-me vocês: “está tudo muito bem, mas a que propósito vem a uma hora destas explicar essa coisa do relógio?”
(pausa para vocês fazerem a pergunta!)
O relógio sendo útil é preciso saber interpretar o que equivale a dizer que se tem de “saber as horas” para se ter um, senão chegam ás 24 horas e continuam por ali fora…24:30, 25:00, etc. neste momento já iam nuns milhões de horas. Aquela roldanazita que tem dentro torna-se implacável, muito mais agora com o uso de pilhas sendo desnecessário dar corda ao dito.
Nem tudo o que se lê é tal e qual o que se deve interpretar “ipsis-verbis”, é preciso pensar, interpretar e essa missão é não só do pateta que se acha poeta ou poetisa ou o diabo que o valha como de quem se julga detentor dos direitos do que eles escrevem e se intitula webmaster, porque o ponteiro dos segundos pode ser realmente adjacente e dispensável mas o conjunto dos ponteiros é que faz o cerne do relógio e mesmo que o ponteiro dos segundos não apareça no mostrador não haja duvidas que por baixo há uma roldana a contar esse tempo, um a um… por isso pode sim dispensá-lo como pode dispensar o dos minutos, ou o das horas e o cálculo começa a ser impreciso, ás tantas e porque está fora de moda pode retirar a bracelete e ficar só com a chapola que pode enfiar no bolsinho da calça de ganga (agora não se usa colete!). mas de repente e porque se esquece que o tem lá, no bolsinho, tem que olhar para a torre da igreja. Pronto, é um retrocesso real mesmo, não é? E já agora e para não se perder tempo porque não escolher um terreno árido e solarengo e espetar umas varas ao sol e ir espreitando de que lado lhes fica a sombra?
Mas já agora, não é preciso que lhes explique o significado de vara se falarmos em substantivos colectivos pois não?




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