Justiça! Onde paras minha amiga? Tento encontrar-te por toda a cidade Não sei o que é feito de ti! Fizeram-te mal? Tiraram-te a virtude de seres justa E desapareceste com vergonha de ti própria? Foi isso não foi? Bem me parecia. Andam tantos malandros Tantos criminosos á solta E tu nada fazes Sentes-te impotente Castrada, pois é Mas quem te faz tudo isto? Que fez de ti Mera decoração no tribunal? Onde nada decides Ou decides tarde e más horas E quase sempre mal Será que podes dizer-me? Não podes? Imagino que não Estás envergonhada? Pobre de ti justiça… Podes ter a certeza Se não fores séria e justa De nada servirás Passas a ser o contrário de ti própria Injusta Mas sentes-te amarrada Nos tentáculos do poder Não é verdade? Como te compreendo minha amiga Como te compreendo…
Gil Moura (Mário Margaride)
13/08/2010
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