0 4º elemento e a subjectividade(Com Haeremai)

Data 25/08/2010 11:31:37 | Tópico: Duetos

- Iam todos em total algazarra. O carro estava à pinha e nem indícios de vida naquele automóvel. De vez em quando viam-se uns reflexos em tons violeta, que deixavam um colorido vivo nos rostos escuros que ali se amontoavam. Vi-os então de braços no ar a tentar galgar o tejadilho do carro. Eram negros como a fuligem e deixavam a antever a noite que ainda estava longe. A manifestação do 4º elemento é um acontecimento importante. E ali estava eu, esperando que algum carro passasse para me dar boleia. Mas repara que o carro só poderia trazer 3 elementos, para que o 4º elemento se ajustasse ao meio.

Epifania I


- Mesmo num mundo de total confusão, como a do carro em movimento, assim a vida! Um mundo cheio onde o conflito é nota festiva. Mesmo assim a solidão domina o Mundo. Neste carro que parou para me dar boleia, o som deixou de se ouvir. Talvez a curiosidade perante o 4º elemento. Mas é transitório, acredita.
De novo os rostos na penumbra, porque não se visualizam no espaço. Prefiro as almas, essas reconheço-as no meu campo visual interdito a esta dimensão.

Haeremai I


- Entendo-te quando falas em números. Se por um lado, precisas de equilíbrio, por outro deixas de lado as figuras ancestrais de um mundo feito em 4 partes. Ar, terra, água, fogo. Tens a figura geométrica de um quadrado que pode ser ajustada, se nela incluíres um triângulo. Então tu serias o 4º ou o 5º elemento para te apossares das partes que teu corpo consumiu num dia só, onde o sol espreitou e deixou marcas visíveis na cor da noite? Rostos negros de desilusão ou seria a pele bronzeada pelo sol, ou seria mesmo a cor daqueles rostos que se diferenciava da tua? Já esqueceste que a lua muda de cor assim como o sol, a terra, o ar e água? Hoje por exemplo, aquela nuvem gigante pintou o mar de traços negros a carvão. Mas o mar continuava lá genuíno, como o mundo que o criou.
Epifania II


- Nada parece o que é… ou nada é o que parece? As formas geométricas existem no espaço, na relatividade. São subjectivas como as imagens reflectidas num lago ou num espelho. Vês a realidade? Não, nem a verás nunca. O dia perde o Sol num soluço nocturno. As imagens mudam conforme os tons pintados pelo astro Rei. O que somos então? O dia ou a noite? Ou nem uma coisa nem outra? Seremos realidades subjectivas do Ser? Aparência ou subjectividade da realidade. Sabes? Eu morri na teoria da relatividade!

HaeremaiII



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