ESQUELETOS ELÉTRICOS

Data 12/09/2010 21:36:15 | Tópico: Poemas

ESQUELETOS ELÉTRICOS

Alterno-me em devaneios apáticos
Entre as compras do açougue
E os carrinhos do supermercado
Afundo-me aos passos no corredor
Badalando sinos, empurrando desavisados
Abusando dos pés espalhados, erráticos
Divido-me franco entre o liquidificador
E os milhares de potes de plástico
É tudo de um rico brilho aterrador
De design moderno, intergaláctico...
Os pensamentos fogem do pensador
Formando seus próprios negros buracos
Incorporando os conceitos do mundo
Em dores vendidas gôndolas ao lado
Digiro tudo dietético, estratificado...
Nas filas destes calmos seres epiléticos
Encadeiam-se elementos fantásticos
Empurrados por esqueletos elétricos...
O tempo corre em blocos de intervalos
Flutuando entre os cabides das roupas
E os brancos dos aparelhos domésticos
Na espera rezo baixo uma prece rouca
E escôo cibernético, prático, em ondas.



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