ESQUELETOS ELÉTRICOS
Alterno-me em devaneios apáticos Entre as compras do açougue E os carrinhos do supermercado Afundo-me aos passos no corredor Badalando sinos, empurrando desavisados Abusando dos pés espalhados, erráticos Divido-me franco entre o liquidificador E os milhares de potes de plástico É tudo de um rico brilho aterrador De design moderno, intergaláctico... Os pensamentos fogem do pensador Formando seus próprios negros buracos Incorporando os conceitos do mundo Em dores vendidas gôndolas ao lado Digiro tudo dietético, estratificado... Nas filas destes calmos seres epiléticos Encadeiam-se elementos fantásticos Empurrados por esqueletos elétricos... O tempo corre em blocos de intervalos Flutuando entre os cabides das roupas E os brancos dos aparelhos domésticos Na espera rezo baixo uma prece rouca E escôo cibernético, prático, em ondas.
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