
Amor, estranho amor...
Data 12/09/2010 20:25:49 | Tópico: Poemas -> Amor
| Fere-me gélido abandono D’um infinito tempo sem dono Sem ter-me a quem me doar
Delirado precipitei-me ao domo isolado em dourado trono Difícil de se aconchegar...
Arde-me um fogo sem flama Tanto tempo a dor me ama Amante ardente a arfar.
Amor embala esta flâmula Que meu peito fado declama E ata-me ao seu árduo pesar
Fiz de meu leito seco Atacama Um pleno poço cavado de lama De inútil e furtivo escapar...
Saudita areia parasita Desértica dor de desdita Atolo-me, tolo, sem respirar
Ah, amor de sina esquisita,,, Sardônico, irônico, incita A ter asas sem voar...
E o amor, é cobra que arrasta? Um homem mordaz sempre se afasta Da paixão que lhe quer perfurar
Porém abre-lhe o peito um ato mágico E grita um adeus ao pássaro trágico Pois a dor não vai mais açoitar
NÃO! Ao delírio senil, à quebradeira, Ao coração embalado, à doideira, À vida que pulsa em vão, sem palpitar
Abraça-me luz fusca, derradeira Que afague-me ilusão feiticeira Pois morro e não desisto de amar.
 Fazer este dueto foi um grande prazer, pois, embora não o conheça pessoalmente, o poeta Gê Muniz transita nas mesmas orbes dos desejos e desassossegos por onde passeio. Isso faz com que o entrelace literário seja algo prazeiroso e frutífero. Gostei demais de ter realizado este trabalho. O Gê, além de ser um poeta maravilhoso, é um ser humano de grande qualidade que tenho aprendido a apreciar ao longo do tempo, de uma cultura literária invejável e de uma paixão pelas letras de fazer inveja.
BEIJO enorme Gê, aceita este post como uma demonstração do meu carinho e apreço.
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