Sons...

Data 16/09/2010 09:09:53 | Tópico: Prosas Poéticas

Que os sons que me chegam se diluam no meu pensamento. Estas tempestades que deixam um rasto lamacento nos telhados desprovidos,
rompem pela minha morada e entre a inspiração e a expiração, preciso reaprender a respirar e limpar a poeira acumulada.

É urgente que as correntes galguem estas muralhas mutiladas, e a maré cheia que me invade a alma se extinga no meu corpo e faça surgir na arvorada uma réstia de luz, um olhar flamejante que se alonga na flacidez do luar, ou na excentricidade dos gestos acabados de chegar.

Fico só neste barco que se afunda no rebuliço das marés, declino a minha voz que se extingue sitiada neste mar, e absorvo estes sons que caíram no meu sono rarefeito. Resvalam no meu corpo que definha num suspiro.

Respiro…nesta onda que granjeou a força e se afoitou no ar.

Escrito em 2008



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=151255