Prosas Poéticas : 

Sons...

 
Que os sons que me chegam se diluam no meu pensamento. Estas tempestades que deixam um rasto lamacento nos telhados desprovidos,
rompem pela minha morada e entre a inspiração e a expiração, preciso reaprender a respirar e limpar a poeira acumulada.

É urgente que as correntes galguem estas muralhas mutiladas, e a maré cheia que me invade a alma se extinga no meu corpo e faça surgir na arvorada uma réstia de luz, um olhar flamejante que se alonga na flacidez do luar, ou na excentricidade dos gestos acabados de chegar.

Fico só neste barco que se afunda no rebuliço das marés, declino a minha voz que se extingue sitiada neste mar, e absorvo estes sons que caíram no meu sono rarefeito. Resvalam no meu corpo que definha num suspiro.

Respiro…nesta onda que granjeou a força e se afoitou no ar.


Maria Al-Mar
Enquanto Mulher


- Ilusorium
- Mira(douros)
- Modus-Informe
- Uivam os Lobos
- Mulheres de Areia

Escrito em 2008
 
Autor
Dakini
Autor
 
Texto
Data
Leituras
760
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Clarisse
Publicado: 16/09/2010 10:58  Atualizado: 16/09/2010 10:58
Da casa!
Usuário desde: 24/09/2009
Localidade: aqui
Mensagens: 392
 Re: Sons...
O sono (sonho) rarefeito, onde se reaprende a respirar, a urgência do que é necessário (limpeza), quando se definha na escuridão, e se respira na onda das correntes.

Para ler, pensar e viajar...
Beijo,
Clarisse