A dor da morte

Data 19/09/2010 02:13:33 | Tópico: Poemas -> Tristeza

No seu corpo franzido transpira
O suor do dia a dia sombrio
Mas o seu coração ainda vibra
Quando pensa no passado sadio

Na luz radiante do seu sorriso
No esplendor do seu doce amor
Que o céu um dia lho roubou
E um vazio no seu corpo deixou

No seu olhar de sofrimento
Mil perguntas transparecem
Mas dos seus pálidos lábios
Só esgares de dor permanecem

Sua alma grita de revolta
Por tanto já ter sofrido
Que vida tão cruel e nefasta
Que te martiriza sem sentido

Tanto tempo a apelar
Alivio para tamanha dor
Mas tu vida meretriz
Olvidas esse pobre sofredor.

Que sofre, sofre sem gritar
A dor do declínio ao chegar
O fim desta vida terrena
E do corpo decadente abdicar

O descanso torna-se abençoado
Para tamanho final sofrido
Ora, pedindo ao seu anjo amigo,
O reencontro do seu amor perdido.

Suavemente encerra os olhos
Numa dança corporal serena
O coração pára docemente
Abandonando esta vida terrena

E eu com o coração apertado
O rosto sombrio e entristecido
Rezo uma prece apressada
Sob o seu velho corpo jazido

Poema reeditado mas sempre actual


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