Soneto às Sombras - I

Data 17/08/2007 19:43:30 | Tópico: Sonetos


Não sei mais em que imensidão estou
Só sei que sou passado como a noite;
Que meus lábios sussuram o que ficou;
Em túmulos de pedras, de açoite.

Quero morte de um papel vivo, sem vida
Coma não desperta, nem rasga a mortalha
Pois é um lugar profundo sem partida
Nem vejo mais a carcaça que se espalha.

Eu pintei de azul o ceu das vésperas
Em algum lugar ao redor das curvas
Que hoje são texturas das sombras.

Só manchas e penumbras que saem da lua
Trazem em silêncio a dança das sombras
E os olhos apenas veem imagens obscuras.




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