amor à escrita

Data 01/11/2010 02:47:49 | Tópico: Poemas

- a luís vaz de camões,só hoje -


será lareira
ao corpo
a lenha,

sempre haver

palavr' arder?

queimam-me sons mentais

o crepitar das brasas
e os assobios fatais

sentidos fugidios
em labaredas dançantes

como asas
como cios

insatisfeitos e vorazes
ao toque de mãos
incapazes.


respiro este ar novo
e teima-me o fogo
em oxigénio presente.

falta-me o génio
na água
em que o fogo afogo
nova mente.

rogo não mais escrever

em nada nada ver.

ignorar o calor do lume.


arrefecer a vontade.

preferir a liberdade
de não ser
essa energia

esquecer de tudo a magia.

extingo-me em vida
no verbo amar
perdida mente

e morre de novo a fogueira.



ah,vil,nobre jogo
entre achas e cinzas:

porque nem tudo é fumo
em que me sumo
finita?







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