
Solidão congênita
Data 28/10/2010 22:32:19 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Gasta-me o tempo Esgota-me o pensar Giram os giros De meu cérebro Sem lugar.
Não sei o porquê de nada Não tenho verdade agrilhoada A qualquer conceito.
Minha maior arena Este meu cérebro imperfeito Minha maior pena Este meu coração, este peito.
Que bate descompassado Soldado de passo errado Que não escuta o clarim Que marcha nesta melodia Só ouvida dentro de mim.
E assim, no descompasso da razão Não sei de nada, alma alijada Sem compreensão.
Sem a força de nenhuma mão Sem o amor de qualquer irmão. Nenhum amigo Ninguém comigo
Solidão.
É tão triste Este sol que insiste Só em mim, E se põe sempre Nesta ilha, ilha de mim.
Adeus mundo, adeus amigo, Adeus amor, adeus abrigo Ergo muros para além do meu fim.
É mais seguro viver assim Do que achar que se pode amar Do que sentir amor ao ar Melhor mesmo é a solidão Fora dela, não sou bela Sou um “não” que sempre impera.
Sou uma alma que erra Batendo à porta em eterna espera.
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