Luso-Poemas
 
Poemas -> Reflexão : 

Solidão congênita

 
Tags:  vida    solidão    eu    estranhamento  
 
Gasta-me o tempo
Esgota-me o pensar
Giram os giros
De meu cérebro
Sem lugar.

Não sei o porquê de nada
Não tenho verdade agrilhoada
A qualquer conceito.

Minha maior arena
Este meu cérebro imperfeito
Minha maior pena
Este meu coração, este peito.

Que bate descompassado
Soldado de passo errado
Que não escuta o clarim
Que marcha nesta melodia
Só ouvida dentro de mim.

E assim, no descompasso da razão
Não sei de nada, alma alijada
Sem compreensão.

Sem a força de nenhuma mão
Sem o amor de qualquer irmão.
Nenhum amigo
Ninguém comigo

Solidão.

É tão triste
Este sol que insiste
Só em mim,
E se põe sempre
Nesta ilha, ilha de mim.

Adeus mundo, adeus amigo,
Adeus amor, adeus abrigo
Ergo muros para além do meu fim.

É mais seguro viver assim
Do que achar que se pode amar
Do que sentir amor ao ar
Melhor mesmo é a solidão
Fora dela, não sou bela
Sou um “não” que sempre impera.

Sou uma alma que erra
Batendo à porta em eterna espera.

Ana Lyra

 
Autor
anakosby
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
1166
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
4 pontos
4
0
0
Recentes
Independência
conceitos
liberdade e prisão
espera
Simples
Aleatórios
Solidão a dois...
Complementares
Coração amigo
Primeira pessoa nem sempre é o eu.
liberdade e prisão
Favoritos
IMPORTA-ME, MAIS, O CLIMA...
VERTIGEM ANÓNIMA
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 28/10/2010 23:18  Atualizado: 28/10/2010 23:18
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: Solidão congênita p/ Ana Lyra
Este aqui está um pouco fora do love is in the air dos últimos dias, mas vou tomar como uma inspiração poética, tá? Gostei muito Ana, muito mesmo. Um dos seus que mais gostei.

beijos!
Gê

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/10/2010 00:01  Atualizado: 29/10/2010 00:01
 Re: Solidão congênita
Olá Ana,

Gostei muito deste teu poema, revejo-me neste teu registo, aliás revejo-me nessa solidão que descreves, quem sabe congénita, talvez a procure mesmo.


escrevi uma vez:

Faz frio
E morro
Estou só nesta loucura.
Faz tanto frio
E choro
Alago o chão pelos joelhos.
Faz frio cá dentro
E eu ri
Sobra tanto espaço por dentro.

Beijo

Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 29/10/2010 03:01  Atualizado: 29/10/2010 03:01
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
Localidade:
Mensagens: 3263
 Re: Solidão congênita
esperar é sempre o pior ofício.

belo Ana

Karla B

Enviado por Tópico
HelenaMonteves
Publicado: 29/10/2010 04:42  Atualizado: 29/10/2010 04:42
Participativo
Usuário desde: 27/10/2010
Localidade: Agora só Jeri - CE
Mensagens: 32
 Re: Solidão congênita
O que está em mim, acaba de ganhar titulo e definição, será uma bola o que vc tem na mão?

Belissímo!

Mega bjo

Helena

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre