Sem Saída

Data 06/11/2010 22:49:27 | Tópico: Poemas

Solidão: solilóquio satírico
Sobrevida sórdida
Cinismo cíclico
Na seara do sutil
Já não me sinto mais
Somente suponho
Surreais certezas
Que, aos solavancos,
Seguro comigo

E seccionado de si
Insípido sigo
Sequestrado e seco
Do suporte seu
Solapado num sopro
De sono e silêncio
Na soberba insanidade
De sanar essa sede
Que soçobra o sentido
Do sujeito
Eu

Situação insolúvel
Sentimento sombrio
Substância que sobra
Saudade suprema
Que salta em segredo
E eu saio do sério
E submerjo no sonho

Simplesmente sozinho
Terei de soerguer
Com severa sobriedade
O sobrepeso de ser

A sina
Será sofrível
Mas ainda que eu sucumba
Suado
E sem saída
Simularei sentimentos
Solares e serenos
No semblante

(E sabores súbitos
E adstringentes
Na saliva...)


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=159355