Solidão: solilóquio satírico
Sobrevida sórdida
Cinismo cíclico
Na seara do sutil
Já não me sinto mais
Somente suponho
Surreais certezas
Que, aos solavancos,
Seguro comigo
E seccionado de si
Insípido sigo
Sequestrado e seco
Do suporte seu
Solapado num sopro
De sono e silêncio
Na soberba insanidade
De sanar essa sede
Que soçobra o sentido
Do sujeito
Eu
Situação insolúvel
Sentimento sombrio
Substância que sobra
Saudade suprema
Que salta em segredo
E eu saio do sério
E submerjo no sonho
Simplesmente sozinho
Terei de soerguer
Com severa sobriedade
O sobrepeso de ser
A sina
Será sofrível
Mas ainda que eu sucumba
Suado
E sem saída
Simularei sentimentos
Solares e serenos
No semblante
(E sabores súbitos
E adstringentes
Na saliva...)