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    	Data 08/12/2010 17:04:05 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
 
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  Poema dedicado à minha terra,à memória dos meus, ao meu rio, ao meu chão.
 
 
 
 
  EM CÉUS DE POBREZA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Ouço no silêncio da noite, um ruído seco O vento roubou-me a voz. Levou-a a alguma viela, algum beco Da minha terra, da terra dos meus avós. Por lá ficaram os pássaros de vigia E eu menina de pés imersos Esquecida da fadiga Olhos sem medo, vazia a barriga Colhendo o sol do dia, Fazendo versos.
  Fiozinhos da nascente Orvalhados de limpidez Por lá me fiz gente Madura de suor e altivez.
  Este ruído seco, não me sai da cabeça Provoca-me e eu parto sem freio, Antes que a memória amadureça E me visite a escuridão Volto sim, minha terra ao teu seio! Colher papoilas e pão.
  Hoje é dia de vendaval O vento roubou-me a voz Sou resto de temporal Menina , trança, tristeza Desato da vida os nós Já fui pássaro de leveza Em terra dos meus avós.
  Fico à escuta de tudo e de nada E nesta minha ingenuidade Trago a infância atravessada Na chama desta saudade.
  rosafogo natalia nuno
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