Revelação

Data 21/12/2010 09:32:51 | Tópico: Poemas


Criaturas ávidas de sensações ilusórias, fugazes e sem nexo
Na terra se esbarram e esbatem em desovas bestiais
Enodoam-se no cisco da congeminência terráquea
Cativos de passos de mágica
E assim se perde a alma humana sofredora de mutações
Inalcançável, prisioneira dos enredos
Caprichos, ambições, violências e traições


Despertaremos então do sono tenebroso gélido e sombrio?
Sairemos do cativeiro que nos circunda e não enxergamos
Cresceremos como seres superiores em busca de luz
Seremos receptores da mensagem primordial
De mãos erguidas ao céu em silente oração
Do que de profundo existe qual visão impensável
Só atingível aos cristalinos em derradeira prece de redenção
Não impregnados de matérias putrefactas
Transmutados veículos de revelação!?

Mas se o torpor e o deleite controlam os desejos
Os afectos esvoaçam em máscaras de afagos
As máquinas substituem os braços afáveis
E a fé extingue-se num orbe de corpos gelados
Saltamos de continente em continente, de estrela em estrela
Indubitavelmente seremos sempre humanos renegados




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