Desconhecido nome só

Data 06/01/2011 21:11:24 | Tópico: Poemas

Hoje morri nos meus braços…
Frugais transeuntes olharam-me o chão sem mim em abraço.
Pintado de quase gente era um corpo paralelo disfarçado de lancil.
Os cães da indiferença sobre olhavam a lama ferida dos meus ombros desamparos.
Hoje que morro, chacais.
De gargalho disposto e fino, delgado como intestinos e…só.
Nestes passeios de solas mortas atrevem-se ao velório escárnio do que nem nome lhes foi.
Senti pelo cabelo os dedos de minha mãe…
Fulminante, a felicidade sabia o ópio na neblina.
Que distantes estão de mim todas a razões de amor.
Hoje morri nos meus braços…
Escreveram-me epitáfios ferinos pelas costas.
Estou abraçado a mim…
Submerso num charco de pétalas mansas…
Só, a experimentar só…
Aos que me julgam e olham…
Ás sentenças dessas mulheres-a-dias, torrentes escumas de abandono.
Aos que me tentam saber…infelizes.
Hoje morri nos meus braços…
A amar quem quero…
Desejo…
Que não me conheçam.
Desconhecido nome...e só.



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