Poemas : 

Desconhecido nome só

 
Hoje morri nos meus braços…
Frugais transeuntes olharam-me o chão sem mim em abraço.
Pintado de quase gente era um corpo paralelo disfarçado de lancil.
Os cães da indiferença sobre olhavam a lama ferida dos meus ombros desamparos.
Hoje que morro, chacais.
De gargalho disposto e fino, delgado como intestinos e…só.
Nestes passeios de solas mortas atrevem-se ao velório escárnio do que nem nome lhes foi.
Senti pelo cabelo os dedos de minha mãe…
Fulminante, a felicidade sabia o ópio na neblina.
Que distantes estão de mim todas a razões de amor.
Hoje morri nos meus braços…
Escreveram-me epitáfios ferinos pelas costas.
Estou abraçado a mim…
Submerso num charco de pétalas mansas…
Só, a experimentar só…
Aos que me julgam e olham…
Ás sentenças dessas mulheres-a-dias, torrentes escumas de abandono.
Aos que me tentam saber…infelizes.
Hoje morri nos meus braços…
A amar quem quero…
Desejo…
Que não me conheçam.
Desconhecido nome...e só.

 
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lapis-lazuli
 
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Enviado por Tópico
ednarandrade
Publicado: 08/01/2011 00:16  Atualizado: 08/01/2011 00:16
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Usuário desde: 12/11/2010
Localidade: Natal-RN
Mensagens: 131
 Re: Desconhecido nome só
Boa noite poeta*

Estás bem?Assim espero...

"Hoje morri nos meus braços…
A amar quem quero…
Desejo"

Sentidos versos poeta...Um grande abraço desta amiga .

Beijos...Toda a paz para o teu coração cheio de Amor *****

Enviado por Tópico
ednarandrade
Publicado: 08/01/2011 00:25  Atualizado: 08/01/2011 00:25
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Mensagens: 131
 Re: Desconhecido nome só
*Candelabro*

Luzente; em forma de arco-íris...
Cintilante euforia,
Misto de dor e felicidade...
Asfixia...
(PUNGENTE AGONIA)
Canção silente...
Louca fusão,
Sonho.*
O olhar fixo no infinito d'alma
Na boca um sabor amargo e no peito uma batida:
"TRAGO"
A esperança da manhã, num raro sabor das minhas estações...
Vertigem...
Morro, para então renascer.
..."Depois"...
E... Quase morta, ando pelas avenidas do meu viver.
E assim e por assim ser:
Este ópio consome as minhas forças.
Candelabro que me guia na escuridão da afasia".
As mãos vazias - trago,
Os olhos secos, cansados...
Cabelos em desalinhos, olhar buscando o vago,
Faço uma viagem fúnebre e viva com gestos e vultos,
Envolvo-me.
Descalabro...
Incontinente modo de torturar um torturado "já".
Uma taça de destilado veneno... Bebo em outro (trago)
Ergo um altar, onde me ajoelho; rezo e choro... Quando sorrio.
As horas passam lentas...
Massacrante, por demais, é a lentidão deste momento...
Uma sensação de paz em guerra (??)
Como pode assim a vida ter cores tão fortes?
Como pode, um deserto conter tanta beleza?
Os perigos e as certezas são óbvio da fé...
Trago... Um trago,
Uma bebida forte, quem dera,
Uma taça de vinho...
Que embriagasse tamanha verdade...
Mas, a veradde não bebe, nem se embriaga.
É fria, cruel, também leal, amiga, companheira,
Completa adversidade....
Nesta festa de emoção vacilo... Oscilo... Não caio.
conduzida pela mão da minha calma sigo...
O horizonte do hoje me impele...
Arremete-me, torna-me afã
...E... Incontida como um "rio *"

(Ednar Andrade)


Enfim...É por aí...

Abraço poeta*