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Data 16/03/2011 20:24:27 | Tópico: Sonetos

Este aperto no peito que me tolhe as ideias
Não sei se é da noite, não sei se é do dia
Se é do vento que corre ou da fresca maresia
Este olhar imperfeito não tem hora nem dias

Chega de manhãzinha por entre colunas
E pela tardinha envolvido em burocracia
Na alta madrugada afugentando acalmia
Este aperto no peito que se abre em chagas

Não sei se é de mim, ou daquilo que vejo
Não sei se é o mundo ou a puta da vida
Talvez seja eu que estou sem guarida

Quem sabe é a morte de um país à deriva
Será que é o vento que corre ao contrario
Certamente é lamento de um povo, o fadário.

Antónia Ruivo

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