Nos meus momentos insanos, quando, desesperado, incorro em falta, e, a solidão, é um espelho baço, onde tudo é feio, só a tua lembrança me acalma, de te imaginar, imaginando-te aqui.
Aí me contenho e reparo meus erros e recobro da loucura, que quase me mata de insensatez, e, a solidão, já não é tão feia, porque teu rosto a engalana, de cheiros e de urzes que são num jardim.
Vejo-te tranquila sorrindo-me, como um sol acabado de nascer, e ao guardar o baço espelho, este já luz com a tua presença, que me espreita por cima dos ombros e os teus olhos medram em mim.
Não mais enlouquecido para este momento vivo e feliz mostro-te o rio, que passa lá em baixo, junto aos caniçais, onde nos juntámos para passear, por sua orla amena, em ébrios azuis e amarelos de um sol em ti.
Jorge Humberto 02/04/11
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