A festa final

Data 17/04/2011 01:20:09 | Tópico: Poemas

À sombra da oliveira,
Celebro a minha festa final.
Há vinho e dois copos
Seguros pela firmeza da mão.
Entrelaçam-se as mãos
Em curtos e variados focos.

Nossas mãos são cobras venenosas,
Ofuscando as doçuras que dizemos.

Disse ao ouvido uma qualquer coisa,
E seguiu-se a condescendência
Do sorriso que hoje perdemos.
Brindamos não a sorrir mas a rir,
De tanto que há para inventar.

Tu disseste a sorrir
Que eu era o mar,
E que hoje te afogavas
Na doce canção
Que nunca poderia cantar.

E rimos outra vez,
Porque o amor não é nada,
As máscaras são firmes
E tudo é representação...
Somos actores,
E ao fim de contas
No fim do dia
Levamos para casa o riso e o sorriso
E a falsa entoação
De um conto de fadas
Sedento de paixão...

Brindamos à nossa festa final,
Porque beber é tudo o que nos resta
Quando a festa é secreta.


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