O cemitério

Data 13/06/2011 14:19:40 | Tópico: Poemas -> Góticos

And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted—nevermore!



Allan Poe, The Raven - 1845


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Acordando afobado, na noite, deslocado
Nem soube de minhas paragens
Das paredes, são miragens
Onde estou, caído em sombras?
Tão vazio que me assombra
Labirinto em minha mente
Essa ilusão tão convincente

Andando apressado, na noite, apavorado
Não dou conta de meus passos
Caminhos de chão escasso
Sigo em frente, mais e mais
Na trilha que estou criando
No lugar que estou procurando
Do qual não sairei jamais

Chego possuído, na noite, destruído
Ao cemitério tão vazio
Procuro um túmulo assim, escuro
Que irá saciar minha sede
Ardente sede de trevas!
Que loucamente procuro
O meu lado-ser obscuro

Danço extasiado, na noite, apaixonado
Pela caveira de uma donzela
De solidão, coitada, morreu ela!
Mas caio em situação
Vejo a loucura em meu coração
Desejei voltar a viver em paz!
E o corvo, repetindo, disse: "Nunca mais".



Vale lembrar que o eu lírico não é o autor, e sim uma criação dele



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