misericórdia

Data 29/07/2011 20:49:00 | Tópico: Poemas


tão ridículo é o rio
onde te deitas,
tão grotesco
esse grito de louca
feita de vidro fosco e
silêncio podre.

não convoques os peixes
para te carregarem
à força
de cansados nenúfares
poupa-os
da alergia
degradante
na tua teimosia
obcecada
na construção de abissais
poético-fodas

fica, vai ficando
e torneando tranças
de letárgicas vontades
pedradas
auto-mutilantes
no precipício da tua vaidade
esse eco das rãs
que coaxam perdidas
sem parar no teu ventre
que enche, enche
no afago da mesmice
e se dinamita
gorgulho esganiçado.

misericórdia.




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