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 Caminheiro (Ossip Mandelshtam)Data 07/08/2011 22:36:15 | Tópico: Poemas
 
 |  | Sinto é um medo, um medo insuperável Defronte das alturas misteriosas.
 E dizer que me agradam andorinhas
 No céu e do campanário o alto vôo!
 
 Caminheiro de outrora, cá me iludo
 Pensando ouvir à borda do abismo
 A pedra a ceder, a bola de neve,
 O relógio batendo eternidade.
 
 Se assim fosse! Mas não sou o peregrino
 Que vem dos fólios antigos desbotados,
 E o que em mim real canta é esta angústia:
 
 Certo – desce uma avalancha das montanhas!
 E toda a minha alma está nos sinos,
 Só que a música não salva dos abismos!
 
 Ossip Mandelstam, poeta russo.
 In: Guarda Minha Fala para Sempre
 Editora: Assírio & Alvim, 1996
 Tradução: Filipe Guerra e Nina Guerra.
 
 
 
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