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Data 18/08/2011 18:38:10 | Tópico: Mensagens

Sabes o que busco nesta evasão contínua que é a escrita a qual me leva a escrever-te noite após noite.
Procuro conversas francas, aquelas que me prometeste em tempos idos
Para ti talvez seja difícil entender esta minha necessidade, não saberás tu as motivações que nos separam por entre outras tantas que se confundem. Somos uma mistura agridoce onde o mel e o azedo se envolvem na proporção exacta.
Eu sei meu amor, pressinto esse abanar de cabeça, para ti tudo não passa de delírio de uma mente inquieta, mas repara no ondular das papoilas em pleno campo, ou no circular do girassol ao sabor do dia, quem ensinou ao girassol que a terra roda sobre o eixo, ou onde aprenderam as papoilas a seguir o vento, assim somos nós um depende do outro, mas nunca o admitimos.
A noite hoje convida ao amor, mas tu nessa ausência que renegas desconheces o convite da noite, porque será que te perdes nas idas e vindas por trilhos ocultos, não saberás tu que metade da vida é paixão e a outra é certeza, porque ignoras que sem mim não sabes viver, e eu, sem ti definho a cada minuto que passa. Tudo perde a graça na ausência, apenas as palavras me caem no regaço e até essas me cansam.
Cansam-me as conversas meu amor, este instante é absurdo como absurdo é o pólo que nos atrai, mas o absurdo dos absurdos é que te amo e vivo muito mais tranquila na tua ausência. E tu que me amas mas não partilhas as minhas conversas.

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Antónia Ruivo


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