SOBERBA VISÃO

Data 19/08/2011 17:39:05 | Tópico: Poemas -> Amor


Adivinhei-te na silhueta
Que a luz da outra banda
Desenhava no azul poente
Na luminosa e radiante poeira
Que o núcleo de sol que se exauria
Emprestava à última réstia
Do esplendoroso Astro.
Mais do que reconhecer-te
Senti viva a tua presença
Nas cores da penumbra que te vestiam
No passo cadenciado
E de uma elegância sem limites
Só podia ser o teu,
No desenho que se estampava
Nesse azul que se esbatia
E apontava já para a noite.
Mas esse desenho
Falava-me do belo
Do belo feminino
Da beleza feita mulher
Das curvas soberbamente desenhadas
Obra-prima de mestre
Que só poderiam ser,
Sonhei ver-te deter o passo
Porventura deliciosamente
Prostrares-te diante de mim
Acordar-me para um mundo
Feito das coisas sublimes.
Mas como o sublime
Nunca se eterniza
Nesse instante que acreditei glorioso
Fez-se noite
E nem do céu as estrelas
Escutaram a minha prece.

Antonius




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