balada em "mi" morta

Data 22/08/2011 17:53:30 | Tópico: Poemas

umas vezes disse que tinha
sede de tudo o que me mata
disse outras vezes que respirar
é tudo o que se levanta e canta.
que o silêncio é uma rosa chá bebida num final de tarde,
mas sobretudo é o teu nome, teu disfarce ou o anel de tudo o que vivo
depuro ou perduro, como quem disfarça um ruído, uma cilada
que me mantém de pé.
poderei ter dito coisas sem nexo
perdido o som de “mi” morta
a seiva da folha branca
coalhada entre o polegar e o indicador.
poderei dizer ainda que existem calos
(de tanto morrer conhece.se os caminhos e os atalhos)
falar o tom, do não luto
do cinzento que é o nome da saliva
das Imagens ou pus ancorado na garganta.
mas, há pois que manter o que se diz,
pois de mim falo e tu não sabes.

digo.te meu amor

O que por ti digo, o que não pensas e sigo…

um caminho de mãos dadas rodeada
por muitíssimos dardos.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=196538