Mondadeira

Data 23/10/2011 22:00:26 | Tópico: Poemas -> Dedicatória

Cobre-se de chita e cor
Com nastro bem apertado
Avental de pano cru
Na mão carrega o talego
com que mata o bicho
quando a fome se faz anunciar

A mondadeira descalça
Lavra a terra de mansinho
Planta o arroz a preceito
Faz dos regos lamacentos
Cômeros com seu ancinho
Canteiros onde despertam
Ao fim de um tempo contado
Bagos de arroz bem branquinho

A sua pele trigueira
Sob a palha de um chapéu
Mostra a rudeza serena
De quem ceifa na ribeira
o melhor que a várzea tem
O sustento para a vida


Maria Fernanda Reis Esteves
51 anos
natural: Setúbal



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=203292