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 Entre aspasData 26/10/2011 13:29:32 | Tópico: Poemas -> Góticos
 
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 Entre aspas
 
 Lilases configuram a tarde
 aromas excêntricos e cantos
 folhas de outono sem alarde
 descem a alameda  enquanto
 os olhos sobem ….
 
 No  infinito se perdem,
 não há caminho
 sinto-me um covarde.
 A bandeira que defendi
 foi enterrada no canteiro
 das ilusões.
 
 Pátria é o meu corpo e
 minha vontade jaz destituída
 de poderes.
 Os territórios e as curvas
 tornaram-se rabiscos,
 desenho desconexo,
 abstrato.
 
 Sem lúmen....
 
 A boca grita, a alma
 pega o primeiro voo da
 ave recém-nascida , tentativa
 de chegar a algum ponto.
 Mas as aspas  dessa ortografia
 impedem...
 
 
 
 
 
 
 Inseto atônito em torno da
 luz (esperança) há muito
 esquecida.
 Fome a ecoar no estomago
 da noite que se aproxima.
 
 
 Com ela volto a ser espectro,
 arrastando as correntes de um
 tempo sem precisão
 Zombando da minha própria
 sorte.
 
 Não cheguei ao paraíso, habito
 nas cinzas das guerras internas
 que criei.
 Não!Eu não amei...
 Nem fui amado...
 
 
 
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