CATÁSTROFE NATURAL

Data 26/10/2011 21:20:45 | Tópico: Poemas


Deixa-me que te foque
Sossega embebido pelo odor matinal
Dispo-te sem que te toque
Ao encanto da catástrofe natural

Que delire a gravata lavada
Ao espelho da minha fantasia
Que se desfaça a camisa talhada
Em lascas de madeira
Que humedeçam os meus lábios
Pelo teu tronco como trepadeira

Que o cinto se destrua
Entre meras labaredas
Que as calças perfurem o tecido
E se agitem em carne viva
Que a minha carne seja a tua
Que os sapatos se desatem
E as meias voem noutra perspectiva

Que a mais genuína intimidade
Se expresse e se solte
Entre arrepios de liberdade
Grite o mar e se revolte

Agora sim,
Sinto-me capaz de te amar
Para lá do horizonte
Até que te possa completar
Como a água completa a fonte.

25.10.11

O meu blog:
http://sempapelecanetacomalmaecoracao.blogspot.com


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=203661