Soneto - sem - memória
Data 02/11/2011 13:05:49 | Tópico: Sonetos
| No soturno entardecer desta tarde tão nublada recordo os mortos que partiram em denso desconhecido, nasce em mim uma Paz tão funda, que a dor chega calada, ficando pela via, num percurso longo e perdido.
Paira Alma minha p'las calçadas desta Praça, pára Coração de bater tão magoado, cerrem olhos meus esta desgraça, vejam meu corpo agora potrefacto!
Apodrecido p'la saudade, frio e ausente, na penumbra tão presente, entre as gentes tão distante ...
Apago esta memória nas palavras em Soneto, sepulto-a velada neste ultimo terceto e envolvo-a na mortalha dum escuso xaile preto!
Ricardo Louro
Praça do Geraldo Évora
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