
O livro
Data 19/11/2011 01:18:58 | Tópico: Poemas
| Era sábado, A tarde findava, Escoltadas por um vento de leste, nuvens azul ferrete, iam conquistando o dia, conduzindo a noite precoce de Novembro A brisa cada vez mais robusta fazia um rumorejar nos ramos das árvores, balançando os pássaros que chilreavam procurando o melhor galho para pernoitar. Algumas folhas secas passavam rapidamente impelidas pelo vento que pareciam fugir assustadas a qualquer coisa que as perseguia. Testemunhei que tremia e que também eu perseguia, perseguia-te a ti… Entrei, num ambiente acolhedor, tranquilo, uma pacificidade intelectual, onde vários grupos dispersados pela sala conversavam entre si. Olhaste para mim, Eras o livro mais lindo do evento. Livro carregado de promessas, Olhares cruzados, enlevados, abraçados, num enlace apertado, espontâneo, suave, delicado, numa fragilidade que é tua… uma orquídea nua… Tudo era pequeno ao teu redor, Não sorrias, irradiavas… pelo espaço flutuavas, Eras a própria essência de uma fragrância floral, um bálsamo perfume do mar… Falaram de vidas… de existências teoremas… Discursaram poemas… dediquei-os a ti A sala enchia… mas, sem ti, era fria, vazia… Senti que te perdia, perdi-me em mim Saí… estava noite, achava-se frio, Fui empurrado por pensamentos como torrente de um irrequieto, intranquilo, rio… Naufraguei á deriva por aí e como naufrago exausto adormeci e sonhei com o livro que não li
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