Poemas : 

O livro

 
Era sábado,
A tarde findava,
Escoltadas por um vento de leste, nuvens azul ferrete, iam conquistando o dia, conduzindo a noite precoce de Novembro
A brisa cada vez mais robusta fazia um rumorejar nos ramos das árvores, balançando os pássaros que chilreavam procurando o melhor galho para pernoitar.
Algumas folhas secas passavam rapidamente impelidas pelo vento que pareciam fugir assustadas a qualquer coisa que as perseguia.
Testemunhei que tremia e que também eu perseguia, perseguia-te a ti…
Entrei, num ambiente acolhedor, tranquilo, uma pacificidade intelectual, onde vários grupos dispersados pela sala conversavam entre si.
Olhaste para mim,
Eras o livro mais lindo do evento.
Livro carregado de promessas,
Olhares cruzados, enlevados, abraçados, num enlace apertado, espontâneo, suave, delicado, numa fragilidade que é tua… uma orquídea nua…
Tudo era pequeno ao teu redor,
Não sorrias, irradiavas… pelo espaço flutuavas,
Eras a própria essência de uma fragrância floral, um bálsamo perfume do mar…
Falaram de vidas… de existências teoremas…
Discursaram poemas… dediquei-os a ti
A sala enchia… mas, sem ti, era fria, vazia…
Senti que te perdia, perdi-me em mim
Saí… estava noite, achava-se frio,
Fui empurrado por pensamentos como torrente de um irrequieto, intranquilo, rio…
Naufraguei á deriva por aí e como naufrago exausto adormeci e sonhei com o livro que não li



Luis Paulo

 
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