ECOS DUM SILÊNCIO

Data 24/11/2011 23:05:20 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Um dia, o fantasma me assombrou
Repetindo “Quem és?” “Quem és?”
Quem sou? Quem sou?
Só sei ser alma da cabeça aos pés

Sou o eco dum silêncio
Que grita (pro)fundo bem alto
Quem sou? Quem sou?
Se o ar me sufocou
Se me cubro de asfalto

Sou poço de gaguez temida
Entre angústia das horas vagas
Sou a lacuna breve sofrida
Do que escrevo atrás do que apagas

Sou saturação em estado líquido
Que das gotas alimento a gula
Sou corpo ausente dolorido
Se em falta tenho a medula

Sou vento moribundo que passa
Que tem fome alastrada pela traça
Sou os contornos baços da tempestade
Quem sou? Quem sou?
Um dia, o fantasma me assombrou
Sem querer, disse-lhe a verdade!

22.11.11


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