Cega lucidez

Data 04/12/2011 09:07:19 | Tópico: Poemas -> Introspecção


Sou como a gota de água que bate na pedra
Parte sempre para parte incerta
Tu foste o rio onde me purifiquei perdida
Onde misturei as minhas lágrimas com a água corrente
Um cometa que deixa um rasto de vida

Sou erva daninha num campo imenso ao vento
Falsária que volta costas à convenção
Participa num entretenimento sem norma
Ignorante ser, comodista em rejeição

Sonhadora enraizada no topo da montanha imponente
Caminho na direcção inversa a ti em perfeita incoerência
Venho dos subterrâneos da apatia para o bem-querer
E tu do bem-querer para a total indolência

Quando acabar essa tua mágoa alucinada
Quando a ferida aberta no teu coração sarar
Quando deres por ti a sorrir
Quando de novo tiveres coragem de amar
Então talvez troquemos palavras de aconchego
Como dois anjos que se conheceram em tempos
Numa terra de mutilações
Mas que souberam criar a luz do amor
Num mundo sombrio de tristeza e dor...




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