[ incógnita terra]

Data 19/12/2011 22:47:12 | Tópico: Poemas

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[seguem-se os dias, incógnita terra,
nestas reinvenções finais],

cassiopeia sem trono, sem vaidade,
despojada da arrogância e do sarcasmo,
um berço diferente, desiluminado,
quase sombra da glória efémera,
futura.

A quem amei afinal?
A quem....?

quero silêncio, silêncio dos pedintes
que rastejam pelas vielas escuras, sujas,
silêncio dos poetas embriagados por
meio copo de vinho,
afastando-se do vômito,
descrito num verso,
algures,
longínquo.

A quem amei?

lembranças que resistem, que serão
sempre passageiras, que resistirão aos dilúvios
sem respostas.

Nos areais distantes, visíveis
por uma porta entreaberta,
baloiçam-me os cabelos,
que o vento encaracola e despenteia,
alegoria apenas dos meus olhos
que respiram o mar adormecido.

Incógnita terra que se perde pelo mar,
afinal os desertos não estão submersos,
desejam-se afogados.

[Sim, amei...].

… e seguem os dias...







Desejando a todos que neste Natal o mar esteja calmo, que seja feliz.


O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."





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