
[Enfunam-se as velas]
Data 03/01/2012 03:46:31 | Tópico: Poemas
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Entreabrem-se as portas de cedro, o cheiro a resina molhada pelo mar liberta-se ao acaso pelo casco, … querem-se as viagens sossegadas, sem aquelas lembranças em saudades, que o vento um dia transportou. … Enfunam-se as velas como os lírios ondeados na planície deserta, os lírios brancos aos molhos, como os frutos do algodão, do novo mundo. … Fecham-se os olhos de cansados, gastos pelo que viram mar afora, tentam-se algumas purificações, teme-se a borrasca.
Renascem as palavras queimadas nas fogueiras perto da aurora boreal, que aqueciam o corpo congelado, das cinzas brotaram algumas letras, desconexas letras, das tágides nem sei, larguei-as num mar de sargaços, agarrado ao leme, perdido, perdido, olhando estrelas desconhecidas, que tudo queriam, até o ouro do ladrão, até o tédio do condenado. … Na escura noite onde o vinho correu como um mar sem margens, abro os braços como o gajeiro no mastro avistando terra, tudo tem um fim, tudo teve um principio, … [morrem algumas nuvens... agora...] renascem as palavras queimadas...agora... reacende-se um farol...algures...
das viagens
O Transversal “La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
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