[da chuva se diz de tempestade]

Data 29/02/2012 19:46:50 | Tópico: Poemas

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da chuva se diz de tempestade,
quando nos molha,
da paixão se diz de traição,
quando os olhos se fecham,

um piano toca numa ilha,
e no olhar avermelhado
das nereidas,
implodem vulcões.

Em todos os cantos destes
mares afora,
em cada parcela de água,
refletem-se as estrelas
que se afundam, até aos abismos,

e hoje sinto-me assim,
e hoje sento-me, esperando-te,
assim,

numa espera infinita, eu sei,
como infinitos são universos
além deste meu mar, e como nestas
descobertas de mim,
sossega o corpo, enquanto
a mente anseia, sem descanso.

Das ansiedades se dizem de pressas.
Enquanto te espero,
nesta espera infinita,

desfaço os mundos construidos
em papel,
disfarço as mãos neste cruzar
dos braços,
e, nos bolsos,

ainda trago algumas conchas,
alguma lava, de um vulcão implodido
que afogou uma ilha, algures,
que destruiu um piano, qualquer.


[Implodi-me, olhando o olhar avermelhado das nereidas mudas...]
...
Ainda continuo a ouvir um piano algures, tocando,
enquanto te espero.








La Folie, Lydia the Tattooed Lady...


O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



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