[Acorda-me]

Data 20/03/2012 18:37:07 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
..........................
**************************


Acorda-me quando os primeiros cravos
florirem,
até lá esqueçe-me como eu esqueçi que existi,

[o odor da baunilha impregna o ar e a terra cor da canela ainda mantem as pegadas dos nossos primeiros passos],
acorda-me.

Pouco mais me interessa resta-me o mar sem amarras,
dizem sem margens, que fazer [?] pela noite dispersa
repetindo uma lua orfã de vida esplendorosa nos
poros abertos, tantas as crateras, que fazer[?],

e,
rufam os tambores clamando primavera,
em outonos que se renovarão noutro trópico,
acorda-me quando março terminar,
mas não me ressuscites se eu estiver morto.

[se sentires o meu respirar ofegante devolve-me ao mar que me tem acompanhado nestas tantas idas e vindas tantas como os ondeares dos meus cabelos desalinhados pela brisa ao por-do-sol]

Acorda-me quando os primeiros cravos
forem colhidos,

não me ampares, deixa-me respirar o cheiro
da maresia
que trazes em corais tatuados no teu peito.

Acorda-me,
e,

salpica-me de ti.










La Folie, dos irmãos Marx,...


O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=217113