[Sou tentado pela cor das cerejas]

Data 24/03/2012 03:15:09 | Tópico: Poemas

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Sou tentado pela cor das cerejas como se de tentação eu escrevesse,

mas da cor cai-me a imaginação
direita ao mar, ou o inverso,
[que me importa?],
como se a seda vermelha, por vezes mais escura,
deslizasse pelo teu corpo, e eu,
me completasse no teu peito, no teu ventre.

Desventro-me assim sem dor nos luares finais de março.

E tudo recomeça mais uma vez,
como se as marés ignorassem o homem do leme,
o desconhecessem, o tratassem como
intruso,

e repito-me que sou tentado pela cor das cereja,
porque o sabor não destingue as cores,
porque poucas são as árvores de todas as cores no além do mar onde existe um arco-iris sem inicio que se afunda algures,
sempre longe de mim.

Que alguns desses deuses me recolham enquanto me afundo por perto,
colhendo a cor das cerejas,
que plantei,
no dorso das baleias em migração.

[Migram-me o silêncio, a tentação em colocar [sempre...] a minha cabeça no teu peito].


Emigra-se o medo, assim seja.





La Folie, dos irmãos Marx...

O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



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