[que reste apenas o bater de asas dos pássaros que regressam]

Data 13/04/2012 20:40:31 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
...................................
***********************************


Do que já não te ouço pela noite infinda,
reavivam-se as cores que relembro do caleidoscópio,
enquanto anjos e arcanjos disputam o bater de asas
com os pássaros que regressaram pela primavera;

“- Um dia encontrarás o teu paraiso!”,
por entre os caminhos de pedra banhados pelo sol
que ataganta a pele,
por entre os trópicos onde o sal do mar
encarquilha o corpo,
[escrevi algures],
como se algum inferno viajasse pelas tatuagens
esculpidas na pele;
“- Sombras que ficaram!” dirias.

Sim, porque só o aroma a canela que se cheirava vindo de longe
não nos chegava, queriamos os cheiros das tulipas, do rosmaninho,
tocar a linha que o horizonte tapava com nevoeiros cerrados,
assim eram os equilibrios dos bojadores longinquos de ti ou de mim,
queriamos, oh... desejávamos.

Sinto a tua falta, sinto a falta
dos bojadores que tracejavam o luar refletido
como se tudo fosse acontecer, pudesse acontecer
um dia ou uma noite,

sinto falta do que já não te ouço pela noite infinda.


[Que implodam os paraísos, os infernos, os trópicos inventados pelas primaveras em repetidos equinócios,
canso-me, que implodam os anjos e os arcanjos também,
que reste apenas o bater de asas dos pássaros que regressam].


Sabes, não me choro,
a chuva não dá tréguas às cataratas deste mar







La Folie dos irmãos Marx.

O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=219306