
saudade
Data 03/05/2012 05:53:21 | Tópico: Poemas
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… I
desaguarei não como um rio que jamais termina [...] nem pensamento, como um mar, sim, desaguarei como esse mar,
um desaguar repentino, violento, [no teu colo],
e mesmo que não me sossegue abrevia a distância em mim de nós. Soltam-se as missangas que enfeitam os pulsos outrora cortados, cicatrizes que a pele guarda,
ancoro-me num areal desconhecido.
II
saudade
não como o destino das viagens ou da pele que seca, senta-te bem perto, lê-me o fado nas linhas da mão,
não ligues à linha da vida, fala-me do amanhã, de algum ou outro sonho impossível, possível,
engana-me com o amar, jamais com o mar, e no compasso dos pontos cardeais já apagados, delimita as latitudes que as longitudes fiquem.
Horizontes sem as cataratas que imaginei, sempre o saberei,
que os ventos despenteiam o mar em espuma esqueço-me, o olhar fica-me sempre aprisionado
na dança das baleias
que ladeiam o barco que range.
Soltam-se as velas.
... [do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
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