Ninguém dá por nada

Data 21/05/2012 01:06:24 | Tópico: Poemas


O pólen da nossa flor
Cai dos dedos
Enquanto o sol se deita
No precipício de nós
E morremos gelados
Entre tempos relógios
Que separam homens.

Vermelho sangue
Corta-se a carne.
Enche-se o copo
Bebe-se até ao fim.

Letras cansadas.
Arde âmbar incenso
No fogo da manhã
E hoje é o nosso ar
Espalhado nesta sala
Que servirá os mortos

Fecha-se a carta
Quem escreveu escreveu.
Vira-se a página
Sente-se a vibração na pele.
Uma rosa entre palmas
A Amália canta baixinho

E ninguém dá por nada
Bis
Bis




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=222578