VII-P. Soneto triste

Data 18/11/2006 20:00:00 | Tópico: Sonetos

VII-P. Soneto triste

Co'um pranto triste espúria vaga
Em pobre vida tanta melancolia
Ó cipreste que de resto e calada
Faz a mofina tão bela, e choraria

N'um balsamar de orações puras
Vejo a realidade em reza anosa
E que chora da escassa candura
Mais uma face tão linda chorosa

Ó vida inútil, ó poeta infame
Das escritas tristes entristece
A comédia vida que a tudo viste

E n'alma que aqui julga, o chame
- Ah Deus, cuide dos que falece!
Ó Poeta ímpio, ó soneto triste.


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