
... nem sei se haverá poesia amanhã
Data 07/06/2012 21:01:33 | Tópico: Poemas
| encostada na beira do caderno na lida da palavra diária dessa estúpida intimidade de juntar o nada diacho que hoje cada sílaba era tempero de abismo cada vírgula arranha o térreo do corte vão-se os segundos olhando a tonalidade de primavera que tem às vezes um verso chorando na solidão das linhas tão melhor que a minha (de festim) eu que sou tão amiga do meu peito pareço que morro de não ter a cumplicidade da tinta só o percurso das nuvens se formam em minhas mãos no mundo, as horas brincam distraídas num eco, sufoco minha fala choro e pranteio o caderno picadinha junto ao verbo minto um universo ... nem sei se haverá poesia amanhã
Vania Lopez
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