[… e quão perto se quer o mar em mim

Data 08/06/2012 02:33:31 | Tópico: Poemas

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e quão perto se quer o mar em mim,
e quão inerme me deixa quando longe se espraia.

Era-me o vento bonança quando o pisavas descalça
anunciando chegadas, e repetias;
“- o mar não tem quintais, nem latifúndios, as pessoas não moram lá, morrem-se por lá!”

Pudesse eu deslizar-me pelas espumas do mar
sem ruído,
pudesse o céu abrir-se de par em par, como um sorriso
inocentado pelas derivas constantes das correntes,

pudesse eu morrer-me por ti,
perto do mar.

Fundeei-me nesta letargia momentânea, sem visão,
apenas restaram algumas orquideas que vogaram até mim,

suavemente,
silenciosamente,

e,
enquanto as recolhias descalça e núa,
era-me longinquo o marulhar do mar em mim,

tão perto dos silêncios teus.









[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]




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