,do mar nem vê-lo

Data 07/11/2012 21:54:47 | Tópico: Poemas

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de quantas ondas se faz um mar,
de quantos silêncios se faz uma saudade.
(interrogação para quê, para quem?)



De.

queda-se o olhar distanciado sem fixar ocasos, acasos,
e vibram pensares de como seria o mar que nunca viu,
sabe do céu, das constelações, da terra seca,
dos insetos rodeando a carne gretada,
tantas vezes,

sabe do sol, e da chuva fugidia, fingida,
do mar nem vê-lo, ou cheirá-lo,
para que serve o mar, perguntará sem pressas,

sabe desta terra de sal, das foices do tempo,
do ruir no inverno quente.

Dos.

redemoinhos de poeira que os pés calcam,
silêncios longos sem violetas ou arco-íris,
longe a beleza ardente da chegada sem crepúsculos,
do sorriso acolhedor,
e mesmo que sonhe em cor,
sente-se um prisioneiro deslumbrado , cego,

segregado de si.

E.

do corpo morto de melissa nasceram abelhas.







Melissa, era sacerdotisa de Deméter e foi iniciada pela deusa em seus mistérios. As outras sacerdotisas quiseram que ela lhes revelasse o que tinha visto. Mas tendo Melissa se recusado, foi despedaçada pelas companheiras. Como castigo Deméter enviou uma praga à cidade e do corpo da morta fez nascer as abelhas.


Textos de Francisco Duarte



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