Estranha paz

Data 07/12/2012 21:44:31 | Tópico: Poemas

Naquele romper de dia
A brancura da paisagem
Denunciava a noite fria
Árvores adormecidas
Imóveis, na sua quietude
Pássaros em ausência plena
Pessoas que tardavam em chegar
Flores que esperavam a Primavera
Para o seu desabrochar
Mergulhada em estático silêncio contagiante
Uma estranha paz inebriante
Apoderou-se de mim
E eu fiquei assim
A pairar serenamente
Naquele mundo de tranquilidade
Que vai para além da realidade

Mas eis que de repente
De volta aos meus sentidos
Um corvo, dois corvos
Saltitam irrequietos
Sobre a húmida folhagem
Quebrando aquele silêncio
E a brancura da paisagem

Está de volta a cor, o som
O movimento, a alegria
É o meu regresso à vida
Que eu vou viver nesse dia




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