Quadrilha de mim

Data 07/01/2013 07:39:49 | Tópico: Poemas



Eu não sei ser profundo
Não sou eloqüente também
Quem sabe seja um moribundo
Quem sabe não seja ninguém

Se, sendo o que sou
Já não sei o que quero
Se, soubesse aonde vou
Saberia desvendar o mistério?

Se fosse o que pensei em ser...
Seria, o que sou agora?
Quereria o que quero ter
Ou seria o que fui outrora?

Eu não sei saber ser coerente
Sabias que sou o que quero?
Quando rio riso irreverente
Navego no mar que impero

Eu sei saber ser o que sou
E tu sabes ser o que é?
Se tentares ir aonde vou
Prepara-te p’ra ires a pé

Até no ato de fingir
Eu mesmo falho
Fingindo até no fingir
Acredita que eu me atrapalho?

Se fosse apenas ser em dia
O que aos outros agrada a prazo
Se fosse, acho que morreria
Ou viveria sempre em atraso

A ordem perante a mim se mantêm
Pelo rei idoso e pela rainha feia
Se pelares mais alguém
É certo que vou p’ra cadeia

Eu não sei saber ser normal
O que é certo e o que é errado.
Se fosse mais imoral
Teria sido espancado?

Se eu soubesse rimar
Até mesmo em dilema
Poderia eu amar
E escrever um poema?

Ouvi rumores que profundo
É lugar que não meço
Se conhecesse o mundo
O saber me seria regresso

De tantos mundos que sei
Como tantos mundos que sou
Às tantas cruzes me dei
E nenhuma delas pregou



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