OITO

Data 03/02/2013 02:05:01 | Tópico: Poemas


Oito vezes fui ao cais
esperar-te,
ansiando o teu regresso.

Oito vezes, até mais
pois só à décima me devolveram o teu corpo.



Vinhas de gesso vestido

os lábios, de carmesim pintados

os cabelos negros enrolados

e as mãos roxas sobre o peito,

em cruzeta.



Oito vezes quis morrer,

talvez mais, não o sei.

À décima, me quedei

e as oito lágrimas que deitei

guardei-as numa gaveta.


Ao cais, não mais voltei.








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